Ministro do STJ é contra o novo Código Florestal
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)
Antônio Herman Benjamim criticou o projeto do Novo
Código Florestal em discussão no Senado e disse que
o princípio jurídico da “proibição de
retrocessos” é incompatível com uma lei
que reduz a proteção, em vez de ampliála.
No dia 30 de agosto, o relator do
projeto na Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ) do Senado, Luiz Henrique
da Silveira (PMDB-SC), divulgou seu
parecer não alterando nenhum item
polêmico do texto aprovado em maio,
pela Câmara, que anistia desmatadores e reduz a
proteção de áreas de preservação.
“Como podemos retroceder em uma lei como o
Código Florestal, que existe desde 1965”, questionou
Benjamim, ao participar de oficina do Conselho de
Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) sobre a
Rio+20, em São Paulo.
“Algum trabalhador aceitaria que reabríssemos o
debate da pauta trabalhista da Constituição de 1934?
Algum empresário aceitaria que mudássemos os marcos
da economia criados nos últimos vinte anos?”, provocou
ele, antes de esclarecer que o princípio da “proibição de
retrocessos” ajuda a “olhar para frente, a fazer prevalecer
sempre o ideal de progresso”.
Em sua apresentação, Benjamin informou
que desde a Eco-92 mais de cem países
incluíram a proteção ambiental em suas
constituições nacionais, como Colômbia,
Argentina e França. “Mas não basta legislar,
se a lei não for implementada”, alertou.
O membro do STJ disse que é justamente
esse cenário que se consolidou, inclusive
no Brasil. Ainda que a insuficiência de
legislação ambiental tenha deixado de ser
um problema mundial, a tarefa de fazê-la cumprir não
foi terminada. “Esse é o déficit que temos hoje”, afirmou.
Benjamin defendeu que o Brasil leve para a Rio+20
uma proposta que vá além do debate sobre a governança
ambiental internacional e também leve em conta as
dificuldades da governança local.
“Não podemos cair no mesmo erro de sempre.
Precisamos de uma discussão que tenha participação
pública e dialogue com os diferentes interesses existentes
em Estados federados como o Brasil”, disse ele.
Fonte:http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18363
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