sábado, 10 de agosto de 2019

Punhal sem ponta

Um punhal sem ponta
Que destroça e avança
Rasgando as entranhas
Sem piedade, arranca a pele,
Destroça os ossos.
O corpo sangra, os olhos ardem,
A escuridão avança o corpo
Já sem forças cai.
Não se vê aparente ferida,
Mas o corpo sangra,
Mas os olhos ardem.
O coração dispara, angustiado,
Sem ação, mutilado fica.
Perde a esperança, despede-se da vida.
Estenda-lhe a mão amiga, pois
O punhal sem ponta que lhe
Roubou a vida é a depressão!
Ipatinga,
Luiz/07/08/2019

Boneca de porcelana


Boneca de Porcelana

Branca, de cabelos negros e curtos,
Maça do rosto avermelhada, olhos azuis.
Era tão frágil que quase não podia estar nas mãos das meninas,
Pois se quebrava facilmente.
Pois é, nada a ver com o que quero contar,aliás,tudo,ou quase tudo.
Madrugada, o sono me foi roubado por pensamentos, me levantei,
Sentei no sofá da sala e viajei no tempo.
Tinha mais ou menos doze anos, não importa a idade certa, cursava
O quarto ano primário, uma imagem veio-me a lembrança,
Lá no cantinho da sala uma coleguinha de sorriso fácil, porém tímida,
Seus olhos coloridos, suas bochechas avermelhadas,
Cabelos curtos e lisos.
Os anos se passaram mais de cinquenta, nunca mais a encontrei,
Também as lembranças não apagaram de meu inconsciente,
E hoje tive novamente a visão da Bonequinha de Porcelana.

Ipatinga
10\08\2019
Gonzaga